"O S&P 500 Não é Tão Diversificado Como Costumava Ser. Veja por que sso Importa." — Derek Horstmeyer
- Vinicius Yamamoto dos Santos
- 2 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Neste artigo, Derek Horstmeyer informa os leitores sobre o aumento da volatilidade e da sensibilidade às taxas de juros devido ao domínio das ações de tecnologia e financeiras no S&P 500. Horstmeyer descreve que, enquanto muitos investidores possuem fundos de índice porque acreditam que é uma maneira diversificada e sem risco de acompanhar as flutuações do mercado, eles desconhecem os ativos dentro dos fundos e os possíveis riscos associados.
Para analisar as recentes mudanças e suas implicações, Horstmeyer e outros assistentes de pesquisa coletaram dados sobre o S&P 500 nos últimos 50 anos. Eles examinaram como diferentes componentes do índice mudaram ao longo dos anos, como sensibilidade às taxas de juros, rendimento de dividendos e volatilidade. Após o estudo, os pesquisadores descobriram que o S&P 500 tornou-se significativamente mais concentrado em ações de tecnologia e financeiras, com maior sensibilidade às taxas de juros e mais correlação com outros índices mundiais.
Especificamente, eles focaram em como a composição do S&P 500 mudou ao longo do tempo e concluíram que os setores industriais e de materiais diminuíram de 26% para 10,6%, enquanto as áreas de tecnologia da informação e finanças aumentaram de 13% para 42% desde a década de 1970. Eles também descobriram que seis das sete principais posições que compõem o S&P 500 estão no setor de tecnologia, que representa cerca de 29% do índice. Esses resultados apenas exemplificam como manter o S&P 500 tem um nível de risco semelhante ao de manter diretamente empresas de tecnologia, especialmente com o risco de taxa de juros, altas avaliações de preços e expectativas otimistas de crescimento. Em outras palavras, esse importante índice de ações tornou-se menos diversificado ao longo dos anos devido ao domínio das ações de tecnologia e financeiras e também tornou-se mais correlacionado com os mercados globais.

Horstmeyer também explica como o mercado de ações dos EUA tornou-se sensível às taxas de juros, usando estatísticas da média do índice CAPE Shiller preço/lucro, que era de 13,5 na década de 1970 e 30 no início dos anos 2020. Além disso, ele descreve como o S&P 500 caiu 20% em 2022, quando o Federal Reserve aumentou as taxas de juros em 5%, o que demonstra como as expectativas de crescimento dos lucros são atualmente voláteis. O rendimento de dividendos do S&P 500 também diminuiu significativamente, de 4,11% na década de 1970 para 1,45% nos anos 2020, o que é outra indicação clara do aumento da volatilidade das ações que traz mais risco para os investidores e desafia a visão tradicionalmente diversificada e de baixo risco de um dos principais índices de ações.
Por fim, Horstmeyer destaca a crescente correlação entre o S&P 500 e outros índices mundiais de mercado de ações. De fato, a correlação média saltou de 0,24 na década de 1970 para 0,70 no início dos anos 2020, sugerindo como os retornos em outras partes do mundo correspondem aos do S&P. Essa correlação mundial tem grandes consequências, pois reduz a diversificação de um investidor, mesmo se ele incorporar alguns índices mundiais às suas participações nos EUA. Assim, é muito mais difícil reduzir a volatilidade e o risco em uma carteira adicionando índices de mercado de ações de outros países, pois eles estão muito correlacionados com as participações do S&P 500. Horstmeyer conclui o artigo recomendando que investidores que buscam diversificação em suas carteiras sejam criativos e incluam outros investimentos, como commodities, ativos alternativos e outras classes de ativos não correlacionados.
Este artigo está fortemente relacionado ao que discutimos em aula sobre a relevância de fundos de índice como o S&P 500, no entanto, ele consegue trazer uma nova perspectiva sobre a diversificação e a composição de tais índices. Horstmeyer desafia a visão tradicional de que fundos de índice são altamente diversificados e de baixo risco, fazendo com que os leitores reconsiderem o que um investimento em índices como o S&P realmente significa. Além disso, muitos dos conceitos que Horstmeyer usou para sustentar seu argumento também foram explicados em aula, como o rendimento de dividendos, que é a relação entre o dividendo e o preço da ação.
O ponto que ele levantou sobre o aumento da correlação do S&P 500 com outros índices mundiais de mercado de ações foi completamente relevante, do meu ponto de vista, pois demonstra como a solução para alcançar diversificação em uma carteira não é tão simples quanto adicionar ações internacionais. Em aula, enfatizamos como possuir ações do S&P 500 não é suficiente para ter uma carteira diversificada, no entanto, Horstmeyer consegue expandir ainda mais isso, ilustrando como possuir ações internacionais além de índices como o S&P também não é suficiente para alcançar diversificação.
Fontes
Horstmeyer, Derek. “O S&P 500 Está Pesado com Ações de Tecnologia e Finanças. Aqui Está o Porquê de Isso Importar.” The Wall Street Journal, Dow Jones & Company, 3 de julho de 2024, www.wsj.com/finance/stocks/sp-500-tech-financial-stocks-weight-62ed530a. Acesso em 4 de julho de 2024.
コメント